sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ócio Inóspito

Eis um hóspede em minha casa,
deitado em minha cama.
Fecha a cortina e se esconde do sol
Não abre os olhos, não mexe os olhos
Ele possui olhos?
Talvez dormindo ele desperte
Talvez o sonho seja, o que ele precisa.
Que ele olhe através dos sonhos e se veja.
Boceja, boceja.
Existe um ócio em minha alma
E na calma ele foi ser
Um estranho inóspito sem pressa de viver
Foi parar o relógio de crescer,
mas até isso ele esqueceu de fazer.
Existe um sono na minha sala
E um dia ele foi sonho,
mas enquanto dormia, cansou de ser
Quando ele acordar, não se lembrará
O tempo não será preciso, será incerto
E não saberá em que tempo está
Conjugou o verbo errar e deitou-se
Deitará?
A fim de ver o que jamais percebia
ele dormia, e só dormia.
Dormiu.
Ele não viu, não via
Mas em seu sono ele ouvia,
Havia sempre alguem que dizia
Que um sonho em si só não cabia,
Era preciso acordar, para encontrar mais sonhos
Porque um sonho só tem um fim, se for em vida.
E um sono sem fim, não servia!

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