quarta-feira, 28 de maio de 2014

ESOFORMATEM

No limite do meu impossível eu descobri o fim
Na eminencia do insuportável descobri um caminho
ainda resisti em acreditar na mudança
Mas ela se fez urgente como um casulo
Como uma casca que aperta e aprisiona
bem na hora do romper.
Na extensa agonia do não ser eu percebi
Que o ser não tem limites
não pode ter limites, senão definha
E eu devia ter me ouvido antes
Mas fui surdo de medo de mim mesmo
E agora pareço uma borboleta em seus primeiros voos
Bato as asas desengonçadamente
Tropeço nos golpes de ar
Me desespero por voar
às vezes sem saber para onde ou por quê.
Na evidencia de um descaminhar eu me perdi
para depois me encontrar,
Como uma preguiça agarrada a um tronco,
Eu fui sacudido por um predador milenar
Daqueles que não poupa ninguém
E eu quis ser um beija-flor em seu frenesi
Batendo as asas compulsivamente, desesperadamente
Em busca de todas as cores e néctares do mundo
E na tolerância de quem vê o tempo passar sem perceber
Meu rosto se fechou, franziu, embruteceu
Na esperança de uma alegria, de um bem estar estável e duradouro
Voei pra longe de tudo que incomodava
Nas águas do incompreensível nadei
mergulhei bem fundo, e remei pra bem longe
voando pelo mar, nadando na ventania
querendo me livrar de toda e qualquer agonia.
Mirei no horizonte, como um beija-flor mira em uma flor
E um peixe na isca, e se arrisca.




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