sexta-feira, 21 de março de 2014

Escalada

Cansado de ser o que fui até agora,
Sinto-me perdido em uma estrada sem destino traçado.
Há por sorte uma escalada árdua por fazer,
na busca pelo meu verdadeiro ser, pelas montanhas irregulares de minha alma.
Quanto mais subir, mais perto estarei do meu céu e de minhas nuvens
Mais distante estarei de onde parti, do que fui, de quem conheci e do que fiz.
O caminho a percorrer é sensivelmente vazio, doloroso e instável,
como um vácuo de espaço-tempo, entre duas distâncias desconhecidas
O que fui e o que serei.
O que sou, não sei.



Poesia mineira

Um tanto quadrilátero ferrífero
Um tanto prognóstico e altivo
Um tanto extremo, um tanto partido.
Um tanto bárbaro e santo,
Um tanto Itabirito.
Meio belo pelo horizonte,
E a outra metade por do sol
Sobre montanhas e pedras
Meio dureza do ferro, meio brilho do ouro
Completamente de paixão.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Dois futuros presentes

Nessa relação meio atemporal, onde presente e futuro se misturam, onde desejo e descoberta se chocam e se envolvem, estamos nós, perdidos de nós mesmos num encontro desencontro, eterno e furtivo. Doce e deserto, cheio e vazio. Montanha e planície, céu e mar, onde o encontro se faz despertar, e o acordar é luz que mergulha entre as folhas das árvores. És tu. Sou eu. Pelas ladeiras e batuques, carnavais e casarões. Tu és. Eu Sou. Somos nós. Achados, perdidos e amantes.