domingo, 21 de setembro de 2014

Parece autoajuda, mas é mentalização


A minha felicidade não depende do outro.
Ninguém vai ser feliz por mim.
Ninguém vai cuidar de mim se eu não o fizer.
Sou e estarei sempre sozinho, mesmo que na companhia de outra pessoa.
Não é o que o outro faz por mim que me fará feliz.
Não adianta sentir medo antes do perigo ser real,
Não adianta eu sofrer por algo que está além do meu poder.
Não adianta sentir raiva pela pessoa não suprir minha expectativa.
Não existe isso da pessoa te completar.
Não adianta você buscar no outro a solução para preencher o seu vazio,
Porque isso não está no outro, mas em você mesmo.
Exigir que o outro satisfaça suas expectativas é escolher a eterna decepção,
Cada um é o que é e não tem a obrigação de agir ou ser como você deseja.
É preciso aproveitar ao máximo cada momento e o que as pessoas têm de melhor para oferecer, naturalmente, sem forçar nada, ou buscar nela as ilusões criadas na sua cabeça.
Se buscar nas pessoas apenas o que você dejesa nunca conseguirá amar alguém de verdade.
Porque nunca vai aceitar o que elas são e tem para te oferecer.
Por que buscar a perfeição em vez de aproveitar as diferenças e curtir os “defeitos” do outro?
Cada pessoa é única nos seus detalhes e imperfeições. Aliás, a perfeição não existe.
Ou melhor, existe quando nos tornamos felizes com o que temos e o que somos.
Quando buscamos a perfeição por detalhismo, por perfeccionismo, nada nem ninguém será suficiente para nós, pois nunca estaremos satisfeitos.
Que se exploda o medo de perder. Nada nesse mundo é meu.
Tudo passa. Tudo acaba.
Então, não adianta espernear e nem pirar querendo prender algo ou alguém em suas mãos.
A vida é fluxo.
Tentar controlar esse fluxo é não aceitar a realidade e recusar as experiências da vida.
Espernear por não conseguir algo é um desperdício de tempo e de vida.
Nada nos pertence, tudo é emprestado temporariamente.
Então, aproveite enquanto pode, em vez de querer aprisionar e parar o fluxo natural das coisas.
Curtir o outro sem criar dependência.
Oferecer as mãos e não uma algema.
Quem me amar estará sempre por perto.
Não adianta querer colocá-los em uma gaiola.
O ser humano é livre.
Querer aprisionar as pessoas é se tornar escravo do medo da solidão, refém da sua própria insegurança e falta de amor próprio.
As pessoas vêm e vão.
Mas elas sempre voltam para o que é bom, e nunca para uma prisão.
Deixe livre, seja livre, apenas ame.
Nada te pertence.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Mares em rimas

Há mar em Minas
Quando eu atravesso a Afonso Pena,
e descubro que posso voar.
Sem medo e sem penas,
Sem peso nos ossos,
Sem asas nas pernas,
Mais...
Amar em Minas,
Quando descubro o oceano
que existe em cada amor
dessas esquinas.
Há mais em Minas
É só amar
E só há mar
E amor
prosas e rimas.

domingo, 7 de setembro de 2014

Em noite de lua cheia

Eu só quero estar livre dos meus fantasmas, 
dominado apenas pelo descontrole dos meus instintos, 
conectado ao teu corpo, 
como um sopro de vento, 
sobre um papel de nuvens, 
de um céu de desejos, 
onde a lua desliza dos teus peitos ao tornozelo. 
Onde a única lei é o desejo que deserta o teu pensar, 
que molha a minha boca, 
arrepia as minhas costas 
e se alonga quente pelas minhas mãos, 
nos teus mamilos, 
no meu sorriso, 
suspiros...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Atemporal

To voltando pra casa com uma sensação de que esse fim de semana durou um século. Não que ele tenha sido bom ou ruim, porque a vida não se resume a dois extremos opostos, indispostos. Mas porque foi bem vivido, numa intensidade gostosa. Olhares e sorrisos dançaram com lagrimas e beijos, numa calmaria gostosa, tipo bossa nova com Rock Cássia Eller. Eu nem sei quantas horas eu usei nesses dois dias pra ser feliz. Eu simplesmente troquei os tic tacs dos relógios... Nao. Nao. Nem tenho relógios analógicos mais. Os que uso não tem ponteiros. Eu troquei a pulsação silenciosa e metódica dos relógios digitais por uma batida de velocidade mutante, mas sempre ritmada, feito um tambor mineiro no meu peito. Eu nem sei se é possível contar esse tempo. Sei que tem gente que reclama que o tempo corre demais, voa. Mas eu senti nessa ausência de controle, que quando se usa o coração pra sentir o tempo, ele não tem medida. Extrapola o rodopio terrestre, e se transforma em vida, independente da duração. A gente que tem mania de separar noite e dia. Mas o que importa, se o que a gente vê é só uma representação, é só o que a gente quer ver. Se pudéssemos saber o que pensam o sol e a lua, com certeza eles riem de nossa ignorância, que apenas por não enxergar-los, um na luz, outro no escuro, cisma por separar e fragmentar esse todo, esse orgasmo do universo atemporal. Sem inicio e sem final.

domingo, 24 de agosto de 2014

ESTRANHO

É muito estranho ser apenas um estranho pra você
A dor do parto é sempre a parte que mais dói
E te ver partir talvez não tenha doído tanto
Quanto te ver sorrir ao lado de outro
Os beijos que outrora eram meus
As mãos que antes deslizavam sobre mim
são de outro o seu olhar,
E vai, além do mar, navegar
Além do amor,
Por outras águas, outro porto
Outras pernas a desvendar.
Vai nadar por entre braços,
pés descalços e laços apertados.
Eu jamais podia imaginar,
que a dor apertasse tanto
quando o aparte fosse inevitável
quando o aperto fosse a parte maior
desse peito vazio de você..
E eu não pensei, quando fui, quando parti
que a minha dor ainda estava por vir
no dia em que eu te visse preencher
o vão entre o peito e os seus braços
pelo tronco de alguém que não fosse eu,
por um corpo que não fosse meu.
No dia em que me tornei um estranho pra você
Foi o dia em que o seu vazio sumiu
O dia que um buraco no meu peito se abriu.



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Coincidências ou acaso? Não, apenas dança...

E de repente você começa a enxergar tantas coincidências, que você não sabe se é a vida te dando respostas ou se são seus olhos que querem encontrar seus sonhos. Os mesmos nomes, a mesma cidade. E eu sou só eu só. Mas posso ser vários. Nesse redemoinho aleatório existe a dança do acaso, ou a liberdade da improvisação é sempre feita por movimentos intencionais, mesmo que descompromissados? O cenário muda, as pessoas mudam, a música muda, a dança é outra. A gente sempre sente saudade do que foi bom. Mas continua vagando e tocando na mão de outras pessoas. Continua. Muda. Volta. Segue de novo. Mas nada é igual, quando sua mente e sua alma estão abertas ao novo. Seguir ou insistir? Já busquei essa resposta. Mas ela não tem o menor sentido, porque se ainda existir música, se ainda existir dança, significa que você pode ser e fazer o que quiser. Daí, seguir ou insistir será apenas um passo, um rodopio, galeio, salto, um trocar de mãos. E o acaso ou intenção se tornam apenas movimento e não condição. Nem tudo vai precisar de resposta quando o sentir e o fazer forem como a música que te inspira. E não o teu destino ou as tuas certezas.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O bebê cuco

O bebê cuco
tem a cuca fresca,
Mas todo dia cuca,
Feito um relógio trombeta.
Anuncia sobre nossas cabeças,
No andar de cima
que é zero hora.
O bebê da cuca fresca,
que chora à zero hora
Seu badalo cotidiano
Com seu ponteiro infalível
Um choro da meia noite.
E talvez seja um choro de alegria,
De quem passou o dia distante
dos peitos quentes da mãe
da voz dengosa do pai.
Porque de dia é só silêncio
e não tem cuco na nossa cuca
feito essa melodia da meia noite.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

ESOFORMATEM

No limite do meu impossível eu descobri o fim
Na eminencia do insuportável descobri um caminho
ainda resisti em acreditar na mudança
Mas ela se fez urgente como um casulo
Como uma casca que aperta e aprisiona
bem na hora do romper.
Na extensa agonia do não ser eu percebi
Que o ser não tem limites
não pode ter limites, senão definha
E eu devia ter me ouvido antes
Mas fui surdo de medo de mim mesmo
E agora pareço uma borboleta em seus primeiros voos
Bato as asas desengonçadamente
Tropeço nos golpes de ar
Me desespero por voar
às vezes sem saber para onde ou por quê.
Na evidencia de um descaminhar eu me perdi
para depois me encontrar,
Como uma preguiça agarrada a um tronco,
Eu fui sacudido por um predador milenar
Daqueles que não poupa ninguém
E eu quis ser um beija-flor em seu frenesi
Batendo as asas compulsivamente, desesperadamente
Em busca de todas as cores e néctares do mundo
E na tolerância de quem vê o tempo passar sem perceber
Meu rosto se fechou, franziu, embruteceu
Na esperança de uma alegria, de um bem estar estável e duradouro
Voei pra longe de tudo que incomodava
Nas águas do incompreensível nadei
mergulhei bem fundo, e remei pra bem longe
voando pelo mar, nadando na ventania
querendo me livrar de toda e qualquer agonia.
Mirei no horizonte, como um beija-flor mira em uma flor
E um peixe na isca, e se arrisca.




terça-feira, 20 de maio de 2014

Psiu - poesia para Silvia Gommes

Psiu,
Viu?
Vai
Mas volta
Em silêncio te esperamos
E víamos o Sol
Enquanto você passava por nós
Como uma nuvem guiada pelo vento
E soprava sobre nós o seu canto
Encanto
E se via e ouvia
Mas não se acreditava
No assobio de voz
Que assombrava até o mais brado dos silvos
E sabia ser doce
E atroz
Pois é Silvia
Sem nós e temores
Somos nós teus amores
Ouvintes
Cantantes
Delirantes
Silvana entre os deuses
De cachoeiras e campos
Cantante das Gerais
Leva teu sopro bem além das montanhas
E irradia seu cantar
Psiu ia e ouvia,
Sil, via?
Veja além
É Silvia Gommes
Deusa melodia
Cantora da alegria
Desses cantos de Minas.







segunda-feira, 19 de maio de 2014

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

Você é minha clave de Sol
E se Fá sentido, Só a Mi importa
Me sinto Solto
Mas sua falta me Dói
E Dó Ré Mi Faz Sol
Sou Livre
Mas Lá, lá no fundo
Preciso do Si
Do sincero ser
que faz minha vida enSolarar
E Si Réalinhar, não é pra qualquer um
É só pra quem ama
E faz da vida uma música
Cheia de notas e acordes
E chama de meu amor
Uma clave de Sol
Ou de Fá
E Lá Si vai o Sol
Brilhar em todos os tons.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Sou do samba

Quem samba sabe que o som do dia é o samba
E quem sabe samba esse som da hora
E se não sabe sonha
E se sonha, samba!
Sabe como é né?! 
Bom dia procês, que hoje acordei virado no Adoniran
E Dona Zica disse que se Noel desse jeito
Ela pega o o seu Cartola e se Candeia pelo mundo afora
E eu caio no samba com ela, até ficar com a perna bamba!

sexta-feira, 21 de março de 2014

Escalada

Cansado de ser o que fui até agora,
Sinto-me perdido em uma estrada sem destino traçado.
Há por sorte uma escalada árdua por fazer,
na busca pelo meu verdadeiro ser, pelas montanhas irregulares de minha alma.
Quanto mais subir, mais perto estarei do meu céu e de minhas nuvens
Mais distante estarei de onde parti, do que fui, de quem conheci e do que fiz.
O caminho a percorrer é sensivelmente vazio, doloroso e instável,
como um vácuo de espaço-tempo, entre duas distâncias desconhecidas
O que fui e o que serei.
O que sou, não sei.



Poesia mineira

Um tanto quadrilátero ferrífero
Um tanto prognóstico e altivo
Um tanto extremo, um tanto partido.
Um tanto bárbaro e santo,
Um tanto Itabirito.
Meio belo pelo horizonte,
E a outra metade por do sol
Sobre montanhas e pedras
Meio dureza do ferro, meio brilho do ouro
Completamente de paixão.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Dois futuros presentes

Nessa relação meio atemporal, onde presente e futuro se misturam, onde desejo e descoberta se chocam e se envolvem, estamos nós, perdidos de nós mesmos num encontro desencontro, eterno e furtivo. Doce e deserto, cheio e vazio. Montanha e planície, céu e mar, onde o encontro se faz despertar, e o acordar é luz que mergulha entre as folhas das árvores. És tu. Sou eu. Pelas ladeiras e batuques, carnavais e casarões. Tu és. Eu Sou. Somos nós. Achados, perdidos e amantes.