No cantinho de uma casa simples,
Onde mora uma gente simples,
Acende o fogo no fogão.
Palha ou papel, fogo, assopra.
O feixe de lenha seca em brasa.
A panela preteja de carvão,
E a gente olha o estalar dos galhos
E quase escuta a fumaça que se levanta pela chaminé.
E o calor dessa fornalha leva o cheiro da comida
pela casa toda.
É o café torrado, a farinha, a broa de milho, a
batata doce assada.
A linguiça e o toicinho pendurado sobre a chapa,
conserva e defuma.
A chama calma que consome a lenha,
também esquenta a bulhenta serpentina,
E faz o banho quente dessa gente fina.
É todo dia aquela rotina.
Separa lenha, corta lenha, seca a lenha, apanha a
lenha,
E coloca no fogão.
Daí é causo contado, dose de pinga, barriga cheia,
Risada e sossego, silêncio e falação.
Há quem conte mais sobre as histórias de Minas
Mas há Minas inteiras contadas na beira do fogão de
lenha.