segunda-feira, 5 de novembro de 2012

RAIVA

É estranho quando você sente raiva, e ao mesmo tempo que essa raiva é justa, ela não é. Você se sente culpado por sentir raiva, mas esse sentimento é a única coisa que você pode sentir. A raiva do outro também é a raiva de si mesmo. A raiva é um sentimento humano, dos mais complexos. Esse nos aproxima da selvageria e da brutalidade. Aliás, ser bruto não é fácil!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

POETA?


O que é ser poeta?
É escrever uma poesia por dia?
É escrever várias poesias por dia?
É ser uma máquina de escrever versos e rimas?
É repetir uma fórmula inventada há muitos séculos?
Ou será que ser poeta é algo que não tem explicação?
Nunca vi um que tivesse carteira assinada,
Mas já vi muitos que fizeram fama internacional
E quando perguntavam: “o que ele fazia”?
Todos respondiam: “foi um grande poeta”!
A poesia não encheu barriga de ninguém,
Mas transbordou em lugares vazios de esperança.
Ela não tem propósito, e tem.
Não tem proposta, e tem.
É indecente e não, indigente e famosa.
Mas o que é ser poeta então?
É apenas escrever o que sentir?
Ou apenas fingir o que se senti, como já dizia Pessoa?
É demorar uma eternidade sobre algumas linhas?
É chorar sobre seus lenços as palavras do derradeiro afeto?
É rimar ou remar? É medir ou redimir?
É contar as silabas ou se sabe-se lá?
A verdadeira poesia está aqui, está ali, em qualquer lugar.
Ela não existe, mas está em toda parte.
Ela está no sonho, na dança, no olhar,
Na peça de teatro, no sorrir, no dançar
A poesia exala um cheiro forte,
Um sublime perfume doce no ar.
Ela está nos olhos de quem lê,
Nos ouvidos de quem escuta,
Nas mãos de quem escreve,
Na alma de quem sente.
Ela está, apenas está...
Basta que você a coloque lá.